Como deve ser o tratamento da Dor Crônica?

Modelo Biopsicossocial

A dor crônica tem várias características próprias e é determinada pela interação entre fatores físicos, psicológicos e sociais. O impacto destes fatores é importante e influencia no prognóstico de melhora. Por este motivo, a abordagem da dor crônica deve ser baseada em um modelo biopsicossocial que reconhece a interação desses fatores, auxilia sua compreensão, seu diagnóstico e direciona o tratamento.

As pesquisas mostram que os fatores biológicos e os psicológicos mudam o curso da dor (tanto para a melhora quanto para a piora) e que conforme a dor se torna crônica, os problemas psicossociais afetam cada vez mais a vida do paciente. Este modelo de abordagem global mostra que a dor crônica integra componentes físicos, como a própria dor, que pode produzir uma redução da mobilidade e da função; com componentes psicossociais, como alterações do sono e do apetite, ansiedade, depressão, absenteísmo no trabalho (faltas frequentes) e diminuição das atividades sociais.

 

A presença da combinação de fatores biológicos e psicossociais estão associados com uma diminuição significativa da qualidade de vida dos pacientes, porque além de apresentarem incapacidades nas atividades do dia a dia e no trabalho, os pacientes diminuem sua participação na vida social. As pessoas com dor crônica se sentem frequentemente desmoralizadas e sentem dificuldades em sua capacidade de participar das atividades cotidianas e por isso acabam se isolando. A dor torna-se o centro de suas vidas, dominando e desestimulando a interação com outras pessoas e o desfrute de passatempos, esportes e atividades sociais. Em alguns casos, os pacientes passam a ver a vida “do banco de trás”, porque perdem a esperança e o interesse pelo autocuidado.

Depresyon

A dor leva a baixa autoestima e a falta de expectativas se não for devidamente abordada.

Para entendermos o tratamento da dor crônica, precisamos conhecer um pouco mais sobre estes fatores:

Fatores biológicos/físicos

O principal fator biológico e físico é a própria dor. Esta dor pode induzir o paciente a descansar ou evitar a atividade física, que irá alterar sua força física, resistência, mobilidade e o aumento de peso. Conforme a dor persiste, haverá mudanças estruturais e funcionais do Sistema Nervoso Central na dor crônica com o aparecimento de sensibilização periférica e central, ou seja, o aumento da dor e em alguns casos, aumento das áreas de dor com o passar do tempo. Outros fatores biológicos e físicos que influenciam na dor é a idade, outras doenças ou deficiências associadas, sono, etc…

 

Fatores psicológicos

Os fatores psicológicos na dor crônica são depressão, medo do futuro, angústia, frustração e alteração da confiança. Na maioria das vezes, os pacientes apresentam baixa autoestima, ficam inativos e retraídos. As atitudes do paciente frente à dor e suas expectativas sobre sua capacidade de influenciar no curso da dor, têm um papel fundamental. O estado emocional e cognitivo positivo do paciente pode aumentar o limiar da dor, ou seja, ele sente menos dor. Em outras palavras, quando o paciente tem atitudes positivas e mais ativas, ganha maior controle e consegue diminuir a dor. Já alguns sentimentos negativos, como impotência ou inatividade e as avaliações negativas, como: “minha dor é ameaçadora ou incontrolável, a pior do mundo”, aumentam a sensação de dor.

Fatores sociais

Alguns fatores sociais como o isolamento social e a incapacidade funcional e no trabalho afetam as relações interpessoais, o status social e o status econômico do paciente. Por outro lado, os fatores socioculturais determinam como se maneja a dor.

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TRATAMENTO DA DOR CRÔNICA

O modelo biopsicossocial é complexo e fundamental para o planejamento do tratamento da dor crônica, que deve ser personalizado conforme as necessidades do paciente. Assim, com esta abordagem global dos fatores que influenciam na dor, o tratamento é multiprofissional, ou seja, há necessidade de vários profissionais envolvidos, cada um com objetivos específicos de suas habilidades que integram os objetivos principais coordenados pelo médico fisiatra. A interação entre os profissionais é essencial para se obterem melhores resultados, pois a troca de informações sobre as evoluções do paciente podem modificar ou até acrescentar metas. Os profissionais de saúde envolvidos podem variar conforme as necessidades do paciente e o médico fisiatra é o responsável por determinar os profissionais e o planejamento terapêutico. Os objetivos do tratamento são determinados pelo médico em conjunto com o paciente e os terapeutas visando melhora da funcionalidade e qualidade de vida.

O desafio para o médico e o paciente é trabalhar em conjunto com outros profissionais de saúde para romper o ciclo biopsicossocial de dor e fortalecer os pacientes para que assumam e retomem o controle da dor.

atividade-física

O tratamento da dor visa a melhora das incapacidades ocasionadas pela dor e a melhora da qualidade de vida do paciente através do estímulo de hábitos saudáveis para a prevenção da recorrência da dor ou outras morbidades que a pioram.

Entrevista de Pacientes com Fibromialgia

Vídeo que mostra a entrevista de pacientes com Fibromialgia e como conseguiram superar suas dores.
Vídeo produzido pela Equipe de Telemedicina da Faculdade de Medicina da USP.

Fisiopatologia da Fibromialgia

COMO ACONTECE A FIBROMIALGIA??
ASSISTA O VÍDEO ABAIXO PARA SABER COMO ACONTECE A FIBROMIALGIA E SEUS PRINCIPAIS SINTOMAS.
Este vídeo foi elaborado pela Disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da USP.

Curiosidades sobre Fibromialgia

• A Fibromialgia afeta aproximadamente 5% da população brasileira.
• Atualmente o diagnóstico de Fibromialgia em homens aumentou de proporção, aproximadamente 7 mulheres para cada homem. Esta média pode variar nas diferentes populações.


• Alguns neurotransmissores (substâncias químicas produzidas pelo Sistema Nervoso Central) estão envolvidos na dor da Síndrome Fibromiálgica:
Estimulantes (estão aumentadas no líquor)-substância P e histaminas
Inibidoras (estão diminuídas no líquor)- Serotonina, Triptofanos, Noradrenalina/Norepinifrina e ENDORFINAS
• Há pesquisas com Ressonância Magnética Funcional que revelam uma hiperativação do Tálamo (Centro de Dor do Sistema Nervoso Central) nos pacientes com Fibromialgia.
• Estudos recentes com fibromiálgicos relatam aumento de neurotransmissores estimulantes de dor (principalmente a Substância P) desencadeadas por reações ao estresse.
• As pesquisas revelam que o pensamento positivista e de enfrentamento da dor aumento o fluxo cerebral e diminui a ativação do Tálamo, diminuindo a dor. Estas atitudes são estimuladas através da Terapia Cognitivo Comportamental.
• Uma nova medicação utilizada para o tratamento da Fibromialgia chegou ao Brasil: a pregabalina (Lyrica). O estudos no exterior mostram uma boa resposta no controle da dor, principalmente se associado ao tratamento de Reabilitação.

Fumo e Dor

Há pesquisas que evidenciam que a nicotina, uma das substâncias contidas no cigarro, tem efeitos analgésicos. Por ironia do destino, os estudos mostram que os fumantes com dor crônica têm menos analgesia (sentem mais dor) que os não fumantes devido ao sinergismo (mesma função) entre a nicotina e analgésicos endógenos (a endorfina é uma substância química produzida pelo cérebro que tem efeitos semelhantes ao da morfina).
Os fumantes apresentam maior intensidade da dor e suas conseqüências, ou seja, apresentam mais dificuldades para a realização de suas funções no dia-a-dia. Quanto maior for a dependência da nicotina (quanto mais quantidade fumar ou quanto maior o tempo que fuma), maior será a intensidade da dor.

A dor de cabeça é mais comum em fumantes do que não fumantes, principalmente naqueles que fumam mais de 10 cigarros/dia há mais de 20 anos. O fumante passivo também apresenta mais dor de cabeça do que o não fumante.
A dor generalizada crônica (artrose generalizada e fibromialgia) e a lombalgia crônica são mais freqüentes e intensas em fumantes do que não fumantes. Esta evidência sugere que há relação entre o tabagismo e a dor crônica. Os fumantes com lombalgia crônica demoram cerca de 10 anos a mais para se recuperarem do que os não fumantes com lombalgia crônica depois que param de fumar.
A hérnia discal com comprometimento da raiz nervosa é mais freqüente em pacientes que fumam e/ou estão mais obesos.
A fratura vertebral originada pela Osteoporose apresenta pior quadro de dor e limitação em fumantes do que não fumantes.
Os pacientes que desenvolvem obstrução de artérias em braços ou pernas (Doença Obstrutiva Arterial Periférica) devido ao fumo (entupimento devido à maior aderência das placas de gordura na parede da artéria) apresentam maior dificuldade para fazer suas tarefas diárias, maior intensidade de dor claudicante (dói quando faz o movimento) e menor independência do que os não fumantes.
O descondicionamento muscular devido à diminuição do aporte de oxigênio nos músculos (conseqüência da diminuição do condicionamento cardiovascular) facilita o encurtamento das fibras provocando bandas tensas musculares que originam dor Miofascial (veja mais no Post: Síndrome Dolorosa Miofascial).
Portanto, se você fuma e tem dor crônica, está na hora de parar, pois este é um fator a mais para aumentar a sua dor!

Curiosidades sobre a Artrose

É mais comum nas mulheres, entre 40-50 anos de idade e no período da menopausa, sendo que esta incidência aumenta com a idade. Abaixo dos 40 anos, a freqüência é semelhante nos homens e mulheres.
 Estudos radiológicos demonstraram que a freqüência da Osteoartrose gira em torno de 5% em indivíduos com menos de 30 anos e, atinge 70% a 80% daqueles com mais de 65 anos.
 Os estudos mostram que apenas 20% – 30% dos portadores de alterações radiológicas apresentam sintomas da doença. Ou seja, a imagem da artrose não ocasiona dor ou limitação de movimentos.
Estudos indicam que 52% da população adulta apresenta sinais radiológicos na articulação do joelho, sendo que, 20% destas apresentam alterações consideradas como graves ou moderadas.
 A incidência da artrose aumenta com a idade, estimando-se atingir 85% da população até os 64 anos e, aos 85 anos é ela universal.
 O paracetamol é muito utilizado para o tratamento da artrose e apresenta efeitos semelhantes aos antiinflamatórios e com menos efeitos colaterais.
 O medicamento tópico que demonstrou maior eficácia ao combate da dor foi a capsaicina creme. Este creme é feito através do extrato da pimenta malagueta. Nem todos os pacientes conseguem utilizá-lo devido ao ardor temporário que provoca e exatamente por causa desta queimação há um mecanismo de analgesia.
 A hidroginástica, o Tai Chi Chuan, o Lian Gong e o Pilates ajudam na manutenção e na prevenção da Dor na Artrose.

Alimentação e Dor

O corpo humano renova 50 bilhões de células todos os dias, e cada uma delas, necessita de vários nutrientes para garantir seu funcionamento. Assim, cada órgão executa suas funções de maneira eficaz. A alimentação equilibrada e saudável é o combustível para o bom funcionamento da máquina humana.

O corpo humano é uma máquina que precisa de um bom combústível para ter o melhor desempenho!

Nos pacientes que sofrem de dor crônica, a dieta é ainda mais importante, pois um organismo equilibrado enfrenta melhor os efeitos secundários provenientes da dor.
A maioria destes pacientes com dor crônica, adotam imobilismos, ou seja, procuram não movimentar o local dolorido, o que favorece o sedentarismo e a obstipação. A dieta balanceada favorece a perda de peso e o funcionamento intestinal que por sua vez, podem intensificar a dor quando estão alterados.

A alimentação saudável é imprescindível para a saúde de nosso organismo!

Alguns nutrientes são responsáveis pela síntese dos neurotransmissores (mensageiros cerebrais) associados à sensibilidade da dor e à sensação de bem-estar.
Exemplos:

Triptofano e Serotonina
Os efeitos da dor podem ser diminuídos com o consumo de fontes alimentares ricas em triptofano, o aminoácido responsável pela síntese de serotonina. Ele é encontrado em alimentos como carnes magras, leite desnatado e banana, mas para ser sintetizado (se transformar em serotonina), precisa do auxilio das vitaminas C, B1, B2, B3, B6, do ácido fólico e do magnésio.

Biotina
A biotina atua no combate das dores musculares e o magnésio (mineral) pode minimizar os efeitos das dores de cabeça, pois atua como relaxante muscular.
Carboidratos
Outro elemento importante para a “fabricação”de serotonina é o carboidrato.
É recomendável que 50% a 60% da ingestão calórica diária seja composta por carboidratos, presentes nas frutas, pães, batata e cereais, de preferência os integrais.
Tome cuidado com o uso de açúcar não proveniente dos alimentos naturais, pois pode provocar uma sensação imediata de energia, mas o pico nos níveis de glicose no sangue depois leva à sensação de fadiga e moleza.
Minerais
A ingestão de alimentos ricos em magnésio (encontrados no espinafre, soja, caju, aveia e tomate), ácido fólico (laranja, maçã e folhas verdes), cálcio (leite, iogurte e queijos magros) e selênio (castanhas, nozes, atum e semente de girassol) ajudam a melhorar a sensação de bem estar e diminuem a intensidade da dor.

Vale lembrar que o efeito desses nutrientes não é imediato e a alimentação é apenas um dos pilares do tratamento. Se você tem dor crônica a reeducação nutricional é uma das partes do tratamento de reabilitação e deve ser indicada pelo médico e realizada por um nutricionista ou nutrólogo.

A pirâmide alimentar mostra a quantidade de alimentos que deve ser ingerida para uma alimentação saudável

Por outro lado, existem alimentos que são os vilões da história e podem favorecem o aparecimento de dor, a mais comum é a enxaqueca. A alimentação pode ser a causa de aproximadamente 20% das enxaquecas.
Alguns nutrientes que podem causar enxaqueca:
Aminas: Os alimentos que contêm aminas bioativas, tais como tiramina, feniletilanina, octamina, histidina e triptaminase podem desencadear crises.Exemplos de alimentos ricos em aminas são: Queijos maturados, cerveja, casca de banana, embutidos, repolho fermentado, molho de soja, chocolate, iogurtes, passas, figo, vinhos tintos e carnes defumadas.
– Cafeína: Alimentos ricos em cafeína provocam a constrição das artérias, causando assim a crise de enxaqueca. Cafeína está presente no café, coca-cola e chás.
Bebidas alcoólicas: Está relacionado ao conteúdo de histamina e tiramina (aminas) encontradas em vinho tinto e cerveja.
Lipídios e ácidos graxos: Níveis elevados de lipídeos plasmáticos e ácidos graxos livres, como o ácido linoléico e o oléico podem estar envolvidos no desencadeamento das enxaquecas vasculares. Exemplos: Nozes, castanhas e similares e alimentos ou pratos muito gordurosos.
– Aspartame: É um tipo de adoçante, o dipeptídeo do ácido aspártico e um metil éster da fenilalanina. É umas das substâncias com maior número de relatos como desencadeante de crises de enxaqueca.
Nitratos e nitritos: Presente nas carnes curadas (salame e presunto), peixes em conserva, patês e caviar.
Frutas cítricas: limão, laranja, abacaxi, assim como outras frutas, a banana, ameixa e abacate.
Vegetais: feijão, vagem e cebola.

Para as pessoas que sofrem de enxaqueca, é fundamental o tratamento médico especializado para se identificar a causa(qual alimento desencadeia sua crise) e tratar o sintoma da forma correta.
Cuide bem da sua saúde, faça as combinações adequadas e assim evite as tão incômodas dores de cabeça.
Se você tem mais dúvidas sobre dor de cabeça, leia o Post “As Terríveis Dores de Cabeça” neste site.

Reumatismo e Dor

Reumatismo é um termo muito utilizado para definir doenças que comprometem as articulações, mas a maioria destas doenças afetam também outras estruturas músculo esqueléticas (músculos, ossos, tendões, ligamentos, etc…) e outros órgãos que variam conforme a doença.
As causas, complicações e tratamento destes “reumatismos” podem ser muito diferentes, razão pelo qual se torna importante saber qual a doença de cada paciente para a indicação do tratamento mais adequado.
Neste Post vamos citar as principais doenças reumatológicas que causam dor. A principal e mais comum delas, a ARTROSE, foi descrita em dois Posts anteriores: “Artrose é doença de idosos?” e “Tratamento da Artrose”.

Articulações doloridas é uma das manifestações do reumatismo

ARTRITE REUMATÓIDE

Acontece em 1% da população adulta e aumenta para 4,5% nos indivíduos acima de 55 anos de idade.
Os sinais e sintomas são caracterizados com inflamação (inchaço, calor e vermelhidão nas articulações comprometidas) no início do quadro e as erosões ósseas ocorrem nos dois primeiros anos da doença.
A maioria dos pacientes com artrite reumatóide sofre uma limitação para realizar suas atividades rotineiras e 50% apresentarão dificuldades no desempenho profissional após 10 anos de doença. A sobrevida destes pacientes é 20% menor quando comparada à população normal.
Existe uma predisposição para esta doença, ou seja, tem um fator hereditário. É mais comum em mulheres entre 35 e 45 anos.
É necessário que o médico identifique esta doença o mais precocemente possível para iniciar o tratamento adequado e prevenir as complicações desta doença crônica.
A artrite reumatóide é uma doença sistêmica, ou seja, acomete diversos órgãos do corpo.
Acomete principalmente as articulações do corpo. No ínicio dos sintomas ocorre dor e inchaço principalmente nas articulações das mãos e dos pés. Geralmente é poliarticular (compromete várias articulações) e com o avanço da doença podem ser observadas deformidades típicas como o dedo em pescoço de cisne.

dedo em pescoço de cisne

Os nódulos subcutâneos podem aparecer espontaneamente em 20% destes pacientes e se localizam, na maioria das vezes, em cotovelos, joelhos e dorso das mãos, podem medir mais de 2 cm de diâmetro e desaparecem ou persistem indefinidamente.

Nódulos reumatóides<
A vasculite reumatóide (inflamação dos vasos) é uma manifestação mais rara e pode levar a uma neuropatia periférica, úlceras e até gangrena.
O pulmão pode ser comprometido com fibrose, nódulos e até derrame pleural. A pericardite (inflamação do pericárdio) é muito comum , mas na maioria das vezes não manifesta sintomas. O rim é acometido levando a uma insuficiência renal principalmente pelas medicações.
As neuropatias compressivas são bastante comuns devido ao inchaço e deformidades das articulações e ao seu redor.
Nos olhos a manifestação mais comum é a ceratoconjuntivite seca (sintoma da Síndrome de Sjögren) em 15% dos pacientes.
Como é feito o Diagnóstico da Artrite Reumatóide?
O Diagnóstico da Artrite Reumatóide é feito através do exame clínico que mostra pelo menos 4 destas manifestações:
-rigidez matinal (dificuldade para se movimentar pela manhã)
-3 ou mais articulações inflamadas
-Inflamação das articulações das mãos
-Inflamações nas articulações similares (iguais) nos dois lados do corpo
-Nódulos reumatóides
-alteração no exame laboratorial fator reumatóide
-alteração no raio X das mãos.

Artrite Reumatóide Severa 1-osteopenia justarticular 2-erosões periarticulares 3-subluxação metacarpofalangena

Deformidades em paciente jovem que podem levar à dificuldades para tarefas feitas pelas mãos

Como é a evolução da Artrite Reumatóide?
A evolução da Artrite Reumatóide é imprevisível e pode variar, pois ocorrem pioras e melhoras espontâneas dos sintomas. Aproximadamente 20% dos pacientes apresentam remissão completa ou uma forma de doença que não precise de medicação. Por outro lado, 10% terão uma doença agressiva, com deformidades e incapacidades (dificuldade para realizar tarefas) em pouco tempo. Na maioria das vezes, os pacientes com Artrite Reumatóide evoluem de forma intermediária, com perda gradual de função durante anos de evolução.

Quer saber sobre o tratamento dos Reumatismos? Veja no final do Post!

LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

É uma doença que causa inflamação devido a alterações imunológicas.
O Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) acontece em 1 a cada 1000 pessoas brancas e 1 a cada 250 pessoas na raça negra e é provavelmente genética. As mulheres são mais acometidas em uma proporção de cada 10 mulheres, 1 homem tem LES. É mais frequente iniciar entre os 20 e 30 anos.
O LES frequentemente traz comprometimento da pele e das articulações e é agressivo com o rim e o sistema nervoso.
Quais os sintomas mais frequentes?
Um dos primeiros sinais é a perda de apetite e de peso no início do quadro, a febre pode ocorrer em até 48% dos casos e inchaço dos gânglios linfáticos em até 78 %.
A manifestação cutânea, ou seja, na pele, ocorre no início da doença e geralmente são caracterizados em duas formas: localizada (lesão em asa de borboleta ou rash malar) e generalizada (rash maculopapular).

Lesão de "asa de borboleta" do LES

Outras manifestações cutâneas que podem ocorrer no LES são queda de cabelos, úlceras orais (tipo de “sapinho”) e vasculite cutânea.
A pleurite (inflamação da pleura pulmonar) é outra manifestação comum do LES, acontece em até 60% dos casos e pode complicar com derrame pleural.
As alterações cardíacas são frequentes e a pericardite (inflamação do pericárdio) pode acontecer am até 30% dos pacientes.
As complicações nos rins, as nefrites (inflamação dos rins) são as que mais preocupam os médicos, acontece em 50% dos pacientes e podem evoluir com insuficiência renal grave e precisarem fazer hemodiálise.
O envolvimento so sistema nervoso pode ser dividido em difuso e focal. Os difusos incluem convulsões, dor de cabeça, Síndrome Orgânica Cerebral (delírio, instabilidade emocional e diminuição da memória e concentração) e distúrbios de comportamento. As focais são derrames cerebrais por falta de irrigação sanguínea (derrames isquêmicos), a mielite transversa (inflamação na medula com consequente paraplegia), neuropatias periféricas (ver post “O que é neuropatia periférica?”) e paralisia de pares cranianos.
Existem manifestações do LES no sangue como a leucopenia e linfopenia (diminuição dos glóbulos brancos e linfócitos, ambos células de defesa do sangue).
Náuseas e vômitos podem acontecer como efeito colateral das medicações.
O ciclo menstrual é alterado, porém não apresentam infertilidade.
 O lupus eritematoso sistêmico agride vários órgãos do nosso corpo.

Como é feito o diagnóstico do LES?
O paciente com LES apresenta pelo menos 4 destes critérios diagnósticos:
-Erupção malar (lesão asa de borboleta)
-Erupção discóide (lesão escamosa)
-Fotossensibilidade (paciente fica muito vermelho quando exposto ao sol)
-Úlceras orais (“sapinho”)
-Presença de artrite (pelo menos uma articulação com sinais de inflamação)
-Serosite (inflamação de pelo menos uma membrana:pleura ou pericárdio)
-Disturbio renal (evidenciado por exames laboratoriais renais)
-presença de sintomas neurológicos
-alterações laboratoriais no sangue (hemograma)
-FAN aumentado.
O que é fenômeno de Raynaud?
O fenômeno de Raynaud pode ocorrer em até 45% dos pacientes com LES e são alterações nos vasos sanguíneos com variações da cor da pele das extremidades, ora com palidez, ora com cianose (extremidades roxas), seguidas ou não de hiperemia reacional (vermelhidão). Piora com o frio ou com o estresse.

Fases do Fenômeno de Raynaud:1-Palidez (branco), 2-Cianose (roxo) 3-Eritematoso (vermelho)

Quer saber sobre o tratamento dos Reumatismos? Veja no final do Post!

ESCLERODERMIA OU ESCLEROSE SISTÊMICA

É uma doença do tecido conjuntivo, sem causa definida, que afeta vários órgãos e é caracterizada pelo espessamento da pele. Acomete articulações, sistema digestivo, pulmão, coração, rins, etc…
É rara e acontece em 12 indivíduos a cada milhão da população por ano. É mais comum dos 30 aos 50 anos e em mulheres.
É hereditária, ou seja, é encontrada em outros membros da família.
Quais os principais sintomas da Esclerodermia?
O fenômeno de Raynaud pode acontecer em até 15% dos casos.
A pele sofre um inchaço inicial, seguida por um “engrossamento” da pele e posteriormente atrofiando. Isto acontece principalmente nas màos e nos pés, rosto e pescoço podendo generalizar posteriormente.
As dores nas articulações e a rigidez matinal são comuns principalmente na fase inicial da doença. A fraqueza muscular é comum devido à miopatia ocasionada pela doença (inflamação muscular.
O sistema digestivo é frequentemente atingido, sendo o esôfago o mais comprometido com diminuição de seu funcionamento. A obstrução intestinal e a desnutrição consequente à má absorção são complicações frequentes.
O comprometimento pulmonar é o grande vilão e a maior causa de complicações e mortalidade. Os sintomas acontecem vagarosamente com falta de ar aos esforços e tosse seca. Cerca de 13% dos pcaientes necessitam de transplante de pulmão.
Quando há complicação cardíaca, o pericárdio, miocárdio e vasos podem estar envolvidos e levam a um índice de 70% de mortalidade.
A crise renal ocorre em 10% dos pacientes com início súbito de hipertensão arterial (aumento da pressão arterial) associada ou não a insuficiência renal.
Como é feito o diagnóstico de Esclerodermia?
O diagnóstico é feito com o exame clínico onde se observa um espessamento da pele nas articulações dos dedos, cicatrizes nas polpas digitais, endurecimento da ponta dos dedos e fibrose pulmonar.
Esclerodactilia-dedos mais grossos, pele mais brilhante e limitação dos movimentos

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SÍNDROME DE SJÖGREN
É a doença inflamatória crônica das glândulas exócrinas (glândulas que contêm canais que extravazam substâncias) devido a uma resposta auto-imune.
Acomete principalmete mulheres aos 40 anos.
Quais são os sintomas da Síndrome de Sjögren?
As glândulas lacrimais são as mais comprometidas e os sintomas são: sensação de areia nos olhos, pálpebras grudadas ao acordar, acúmulo de secreção ressecada na borda interna dos olhos (remela), coceira nos olhos, vermelhidão, ardência e até dificuldade para ler ou assistir televisão.
A diminuição da produção de saliva se apresenta com aumento da sede, necessidade constante de ingerir líquidos, aderência do alimento na boca, dificuldade para engulir, “rachaduras na língua”, boca e canto dos lábios, perda do paladar e cáries.
Algumas vezes observamos o aumento das parótidas, glândulas salivares que ficam abaixo da mandíbula.
Pode haver ressecamento da mucosa vaginal, predispondo o paciente a infecções urinárias e dificuldade sexual.
Como fazemos o diagnóstico de Síndrome de Sjögren?
O diagnóstico é feito através do exame clínico com evidência da diminuição de saliva e lágrimas e algumas alterações laboratoriais.
Dificuldade para ler pode ser o primeiro sintoma da Síndrome de Sjögren

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ESPONDILITE ANQUILOSANTE
É uma doença inflamatória sistêmica (acomete o corpo todo), com preferência na coluna vertebral e articulação sacro-ilíaca (quadril).
O início do seu quadro é dos 20 aos 30 anos, mais frequente em homens.
A lombalgia é a queixa mais comum e podem ocorrer também alterações oculares inflamatórias( 30% dos casos) como uveite anterior aguda com dor, lacrimejamento, intolerância à luz e borramento de visão.Envolvimento cardíaco, pulmonar ou neurológica é raro.
O diagnóstico é feito através da avaliação clínica e exames laboratoriais reumatológicos alterados.

A lombalgia por inflamação da articulação sacroilíaca é comum<

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GOTA ÚRICA
São inflamações nas articulações causadas por depósitos de critais, o mais comum é o depósito de ácido úrico.
Com o aumento do ácido úrico na sangue por muito tempo, há manifestação da doença com artrite monoarticular (inflamação em apenas uma articulação) e em 805 dos caos ocorre no dedão do pé. O quadro se caracteriza por dor, vermelhidão e inchaço da articulação e melhora após uma semana.
A crise de gota pode ser precipitada por consumo de álcool, regimes para obesidade, jejum prolongado, medicamentos para pressão alta, desidratação e exposição ao chumbo.
A crise ocorre principalmente à noite, com dor intensa a moderada e pode ser acompanhada de febre baixa.
Fora da crise o paciente pode ficar sem sintomas por várias semanas até anos. Quando as crises são repetidas com intervalos cada vez menores pode ocorrer comprometimento de tendões, ligamentos, bursas, etc..
A gota pode levar a litíase renal (pedra no rim) e hipertensão arterial.
Gota em dedão do pé<

TRATAMENTO DOS REUMATISMOS
O tratamento das doenças reumáticas em geral deve ser medicamentoso e de reabilitação. O tratamento medicamentoso deve ser realizado por um médico reumatologista para o melhor controle da evolução da doença. As medicações mais utilizadas são os antinflamatórios, os corticóides, os antimaláricos como a cloroquina e a hidroxicloroquina, a sulfassalazina, os sais de ouro, a d-penicilamina, metotrexato,drogas imunossupressoras (medicações que diminuem a imunidade) entre outras.
O tratamento de reabilitação do paciente com doença reumatológica deve ser orientado por um médico Fisiatra com o objetivo de melhorar a dor e a capacidade funcional deste paciente e prevenir as complicações. O médico Fisiatra coordenará um programa de terapias, visando manter a amplitude de movimento e força das articulações, corrigir e prevenir deformidades através de órteses, fisioterapia e terapia ocupacional; e por último, melhorar seu humor e qualidade de vida.

Qualidade de Vida é o principal objetivo do tratamento do paciente com reumatismo!!!<

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E quando o joelho dói?

O joelho é uma articulação entre o osso da coxa (Fêmur) e um dos ossos da perna (Tíbia) e entre o osso da coxa (Fêmur) e a patela, que é um osso pequeno. Possui ligamentos (ligamento cruzado anterior e ligamento cruzado posterior) que estabilizam a articulação, auxiliados pelos meniscos (lateral e medial) que estabilizam o joelho e amortecem os impactos sobre as cartilagens. Os ligamentos estabilizam a articulação para movimentos anteriores e posteriores e os meniscos para movimentos de um lado para outro.

A dor no joelho pode ser causada por lesões nas estruturas do joelho como as bursites, subluxação, condromalácia, tendinite patelar ou joelho saltador, osteocondrite dissecante, patela bipartida, plica sinovial, lesão do corno anterior do menisco, menisco discóide, distrofia simpático reflexa e lesões do ligamento cruzado anterior, mas pode ser causada também por problemas sistêmicos, ou seja, do organismo como um todo, como no caso das infecções, tumores, doenças ósseas e reumatológicas.

Dor no joelho

O que é a Plica?
Plica é um tecido remanescente embrionário que separa a bursa suprapatelar da cavidade interna do joelho, persiste na fase adulta em 70% dos humanos.
A plica pode desenvolver dor em pacientes que iniciam atividade física de maneira intensa e com muita solicitação do joelho, que inflama esta membrana. A dor geralmente ocorre na região anterior do joelho, no meio da patela e é desencadeada quando o paciente permanece por longo período sentado com o joelho dobrado ou quando sobe e desce escadas ou rampas.Quando comprimimos a plica há dor e um espessamento na borda medial da patela.
O tratamento é feito com repouso da articulação, diminuição da atividade física e reabilitação com uso de meios físicos que promovam calor, eletroterapia e exercícios de alongamento e fortalecimento específicos. Na maioria dos casos, há uma boa resposta, se isto não ocorrer é indicada a remoção através da artroscopia da plica.

Plica inflamada

Joelho de Saltador ou Tendinite Patelar
Dor na região anterior do joelho e acontece frequentemente em atividades esportivas com atividades de desaceleração dos saltos e corridas em terrenos irregulares. De qualquer forma, acontece devido à sobrecarga, ao aumento do impacto nos joelhos repetidas vezes.Também pode acontecer em pessoas que apresentam alteração congênita da patela e que favorece o aparecimento da tendinite.
As principais causas são o treino inadequado, ou local de treinamento impróprio para a atividade, alongamento insuficiente e mal alinhamento das extremidades, o joelho varo ou valgo, ou anterversão.Não está relacionado a traumas.
O tratamento com adequação do treino, seu local, alongamentos específicos para os grupos musculares envolvidos, eletroacupuntura e meios físicos melhoram os sintomas com exceção àqueles que apresentam mal alinhamento das extremidades. Nestes casos, podem ser usadas órteses, mas não há resultados animadores; os pacientes precisam ser orientados que estas atividades poderão levar a outras lesões.

Salto em distância pode levar à Tendinite Patelar

O que é Condromalácia da Patela?
A musculatura que extende o joelho (músculos que formam o quadríceps: retofemural, vasto lateral, vasto intermédio e vasto medial), que é o movimento que faz o chute, fica alterada e leva a uma incompatibilidade articular(ela não fica encaixada).
Os sintomas mais comuns são dor na face anterior do joelho(na frente) e “travamento”, mas ao subir e descer escadas ou ficar muito tempo sentado a dor é na face posterior(atrás)do joelho. É frequente ter atrofia (fica mais fina) da coxa (quadríceps) e raramente há inchaço.
O tratamento é conservador. Os exercícios de fortalecimento para a coxa são fundamentais para melhora dos sintomas. Os meios físicos com calor e estímulos elétricos são analgésicos.

Chute é a extensão da perna com força!!!

Adolescente tem dor no joelho?
Adolescentes podem ter dor e inchaço no joelho, principalmente os meninos esportistas. Os sintomas aumentam com a atividade física e melhoram com o repouso.A causa é a osteocondrose que não se sabe porque acontece.
O tratamento é diminuir as atividades, fazer calor no local, eletroterapia e reabilitação muscular.

Adolescente esportista pode ter dor e inchaço nos joelhos!

Qual é a importância do Menisco do Joelho?
O menisco é uma articulação do joelho que auxilia na estabilidade do mesmo. A ausência do menisco leva a uma alteração no funcionamento do joelho e consequente artrose antes do tempo.
Os sintomas da lesão meniscal são bloqueio ou travamento dos joelhos quando dobra ou extende as pernas associado com dor na linha lateral do joelho.
O tratamento inicial deve sempre ser reabilitador, com meios analgésico e reabilitação muscular.Quando não há melhora com o tratamento de reabilitação adequado, deve ser indicada a cirurgia.

Menisco do Joelho

E o famoso Ligamento Cruzado Anterior?
O ligamento cruzado anterior é um ligamento (tipo de cartilagem) que estabiliza o joelho, ele impede que a perna deslize para frente do joelho. O paciente tem muita dor quando anda e o joelho fica instável.
O tratamento da sua lesão é cirúrgico, mas a reabilitação depois da fisioterapia é fundamental para a melhor performance do joelho.
A ruptura do ligamento cruzado posterior é menos frequente e a principal queixa é a dor e não a instabilidade do joelho.
O melhor tratamento será decidido após a avaliação clínica do paciente.Pode ser cirúrgico ou somente de reabilitação.
A lesão do ligamento colateral medial tem tratamento conservador, quando associadas a outras lesões, a conduta depende da experiência do cirurgião..
O "carrinho" do futebol pode causar lesões ligamentares!

E artrose de Joelhos?
Veja Post “Artrose é doença de idosos?” e no Post “Tratamento da Artrose”.

O que é neuropatia periférica?

Um pouco de Anatomia e Fisiologia
Os nervos periféricos são estruturas que ligam músculos, órgãos e glândulas ao Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal). Os neurônios (células nervosas) são compostos pelo núcleo e seus dendritos, axônio e bainha de mielina.
Os nervos periféricos têm função motora e atuam no sistema músculo-esquelético ordenando a contração muscular, ou seja, controlam a força, a precisão e a delicadeza dos movimentos voluntários. Também têm ação sensitiva (na sensibilidade) e são responsáveis pela percepção de estímulos como o calor, o tato, a temperatura, a vibração e a dor, transmitindo-os ao sistema nervoso central onde as informações são processadas e interpretadas. Os nervos periféricos também comandam órgão e glândulas como o coração, os vasos sanguíneos, o aparelho digestivo, a bexiga e o aparelho respiratório controlando a pressão, a freqüência cardíaca, os movimentos intestinais, a micção, ereção, etc e estas ações são denominadas autonômicas pois são involuntárias.

O que é neuropatia periférica?
As neuropatias são lesões que acometem os nervos periféricos e que se estendem da medula ou do tronco encefálico até as extremidades do corpo. Ocorrem em 2% da população e em adultos com mais de 50 anos pode chegar a 8%.
Quais os sintomas?
Produzem sintomas motores como a perda de força, alterações da destreza, movimentos mais elaborados, alteração da marcha e até desequilíbrio.
Os sintomas sensitivos são a diminuição da sensibilidade tátil (paciente não sente nada quando é tocado em determinado local), dolorosa (anestesia no local) ou hipersensibilidade com dor neuropática (excesso de dor) e até formigamentos.
Existem manifestações autonômicas como descontrole da pressão arterial, da sudorese, do lacrimejamento, alteração da temperatura entre outros. Todos os sintomas dependem do nervo periférico acometido e da sua causa.
Os sintomas de neuropatias habitualmente se instalam de forma gradual, progredindo lentamente,e como toda regra há suas exceções, há situações mais graves como a polirradiculoneurite aguda ou a porfiria aguda intermitente em que os sintomas se desenvolvem mais rapidamente, ao longo de dias ou horas, ocasionando até dificuldades respiratórias e requerendo internação neurológica imediata, muitas vezes em ambiente de UTI.

Atrofia de mão direita devido à lesão periférica de C2- C3 com perda de força.

Quais as causas?
Uma das causas mais freqüentes de neuropatia periférica é o diabetes mellitus. Ela se manifesta principalmente com dor e queimação nos pés, principalmente no período noturno, mas pode se manifestar com dor generalizada, lombar, etc…
No Brasil, infelizmente há uma grande incidência da neuropatia devido a Hanseníase, que é a Lepra, e é muito comum mas pouco diagnosticada.Não podemos esquecer que é uma doença que tem tratamento e cura na maioria das vezes.
Outras causas incluem:
– a desnutrição devido à pobreza ou ainda consequente à cirurgias do aparelho digestivo,
-as doenças autoimunes como o lupus eritematoso sistêmico e a poliradiculoneurite crônica,
– as neuropatias degenerativas hereditárias,
– os traumas por acidentes como a lesão do plexo braquial,
-os traumas por movimentos repetitivos como a Síndrome do Túnel do Carpo (ver Post “A Síndrome do Túnel do Carpo”)
-os distúrbios metabólicos adquiridos ou congênitos.
Qual o melhor Tratamento?
O tratamento depende de vários aspectos como o quadro clínico do paciente e sua causa.
O tratamento medicamentoso deve focar o controle da dor, quando presente, e na maioria das vezes são utilizadas medicações para dor crônica, como antidepressivos e anticonvulsivantes.
Em todos os casos é imprescindível o acompanhamento de um médico Fisiatra pois a reabilitação é essencial para a melhora dos sintomas e da funcionalidade. Nos casos em que o paciente não apresenta sintomas e nem sequelas devido às alterações neurológicas, o médico Fisiatra auxilia na prevenção de complicações e dos sintomas.
O banho de contraste é uma das opções para algumas neuropatias, veja no vídeo abaixo:

Se você tem alguma dúvida sobre neuropatia periférica deixe seu comentário!